ETHEREUM VAI LIBERAR OS SAQUES: E AGORA?

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A Ethereum, que é a principal plataforma de primeira camada do mercado cripto, tem passado nos últimos anos por atualizações importantíssimas para sua rede e isso tudo enquanto a rede está em pleno funcionamento.

Ela funciona como um organismo vivo que está em constante atualização buscando melhorias para sua rede que alteraram o seu caminho ao longo do tempo.

Como por exemplo, em 15 de setembro de 2022 aconteceu o The Merge na rede da Ethereum, a principal atualização da sua história até então!

The Merge foi a transição de uma rede que era Proof Of Work (ou Prova de Trabalho), seu antigo mecanismo de segurança para uma rede Proof of Stake (ou Prova de Aposta), que permite que você trave suas criptos para ajudar na segurança e em troca de recebe rendimentos.

O Merge teve sucesso em seu objetivo principal mas essa grande atualização ainda não está 100% concluída.

Mesmo que operante, o Proof of Stake ainda não permite que os usuários saquem as criptomoedas ETH que travaram para ajudar na segurança da rede.

E para resolver isso, a rede passará pelo Shanghai Fork, que será a atualização que a Ethereum vai começar a liberar os ETH que foram colocados em staking, provavelmente concluída entre os meses de março e abril de 2023.

Muitos acreditam que os investidores que travaram seus ETH, após a liberação, irão sacar e realizar o lucro fazendo com que o preço caia muito, porém discordamos disso!

Hoje explicarei o racional do porque essa visão não faz sentido e o porque o ETH pode não ter o seu preço afetado por essa liberação de saques.

Mas antes vou explicar como as atualizações dessa rede funcionam. 

COMO FUNCIONAM AS ATUALIZAÇÕES DA ETHEREUM 

O time de desenvolvedores da Ethereum é muito conservador, eles criam várias redes de teste que servem para replicar a reação da rede principal quando passa por mudanças.

Essas redes de teste são conhecidas como Testnets e simulam o ambiente da Ethereum, a rede principal.

Os desenvolvedores fazem primeiro as atualizações nessas redes de teste, pois se tiver um erro a rede principal não terá problemas.

Todo esse processo de pré testes é feito porque a rede Ethereum está sempre funcionando e não pode ser sujeita a falhas de código. Por outro lado, não há problema para a rede principal caso ocorram erros nas redes de teste.

Quando os testes nessas redes são bem sucedidos podemos ter uma confiabilidade maior da atualização ocorrer de maneira correta na rede principal.

À medida que as atualizações vão ocorrendo bem nessas redes de testes, os
desenvolvedores vão para redes cada vez mais antigas, pois quanto mais antiga mais ela tende a ser parecida com a rede principal.

fonte: Produção Própria – Mercurius Research

A imagem acima mostra as datas previstas para execução da atualização nas redes de teste que ocorrerão antes da atualização na rede principal.

Já tivemos esse processo nas duas primeiras redes de teste, faltando agora somente a rede mais antiga, Goerli e por fim a rede principal, conhecida também como Mainnet, queA imagem acima mostra as datas previstas para execução da atualização nas redes de teste que ocorrerão antes da atualização na rede principal.

Já tivemos esse processo nas duas primeiras redes de teste, faltando agora somente a rede mais antiga, Goerli e por fim a rede principal, conhecida também como Mainnet, que conforme disse pode ocorrer entre os meses de março e abril de 2023.

Agora que entendemos o processo de testes vamos para o que interessa:
conforme disse pode ocorrer entre os meses de março e abril de 2023.

Agora que entendemos o processo de testes vamos para o que interessa:

COMO FUNCIONARÃO OS SAQUES?

Após a atualização, ao solicitar o saque, a pessoa que travou suas criptos para ajudar na validação entrará em uma fila para receber seus ETH que estavam travados.

Foi estabelecido que existirá uma quantidade máxima diária de pessoas que serão atendidas nesta fila. Elas Conseguirão retirar seus ETH travados por ordem de chegada e de acordo com a quantidade de criptos que travaram.

Esse modelo de saques é dinâmico e é baseado na quantidade de validadores que querem sair em um determinado período de tempo.

Se muitos validadores quiserem sacar a quantidade de tempo para que cada um consiga sacar se torna maior, o que também vale para o contrário, se poucos quiserem sacar o tempo da fila se torna menor.

Essa fila possui uma quantidade máxima delimitada e isso funciona como uma trava de segurança que faz com que os riscos de uma espiral da morte dessa cripto sejam
minimizados.

Esse mecanismo permite que mesmo que muitos queiram sacar e vender seu ETH o preço do ativo não seja afetado.

COMO OS SAQUES VÃO ACONTECER NA PRÁTICA?

A liberação é calculada através da divisão do número total de validadores por um
coeficiente definido pelos desenvolvedores da Ethereum, resultando na quantidade de validadores que podem sair a cada período de tempo.
Por exemplo:

Se 20% de todos os validadores querem sacar e vender seus ETH. Todo esse processo vai demorar cerca de 67 dias, seguindo o modelo dinâmico da fila baseado na quantidade que será sacada.

Com base nas informações e cálculos de saque nós montamos nosso próprio modelo para os assinantes da Mercurius Pro, onde é possível fazer testes de impacto no preço após a liberação dos saques da Ethereum.

FONTE: Relatório Mercurius PRO – Shanghai Upgrande

O gráfico acima mostra o potencial de saques de ETH em staking após o Shanghai Fork.

A linha preta representa a quantidade de ETH que serão sacados diariamente, já a linha verde representa o total de ETH sacados ao longo do tempo.

Nesse caso, seguindo meu exemplo coloquei baseado no fato que 20% do total de validadores irá sacar demorando desde seu início até seu fim cerca de 67 dias, seguindo o modelo de fila estabelecido.

Para avaliar os impactos no preço desses saques e vendas, precisamos observar o valor em ETH movimentado diariamente, ou seja, quantos dólares são movimentados entre compras e vendas desse ativo em um dia.

Em média temos hoje cerca de 9 bilhões de dólares em volume de ETH movimentado diariamente. (fonte coingecko)

Se os 20%, no nosso cenário quiserem sacar, como a saída será diluída em 67 dias graças a fila, o valor de venda diário representará menos de 3% do volume de ETH movimentado diariamente.

Um aumento de 3% no volume para venda em cada dia não gera uma diferença muito alta na pressão de venda comum, ou seja, essa venda nesse cenário de stress não impacta diretamente no preço do ativo.

Além disso, o rendimento por travar suas criptos para ajudar na segurança da rede também varia de acordo com a quantidade de ETH colocados em staking.

Caso essa quantidade caia muito esse rendimento aumentará de modo que novos investidores serão mais incentivados a começar a travar suas criptos, conseguindo manter essa quantidade relativamente alta e boa para a segurança da rede.

CONCLUSÃO: ETH PODE CAIR?

Conforme demonstrado, matematicamente não há motivos para o preço cair devido a atualização.

Porém no curto prazo o mercado é totalmente irracional e imprevisível…

Caso seu preço caia em um primeiro momento será devido a investidores que optaram por vender a cripto com medo por não entenderem o real funcionamento dessa atualização temendo grandes impactos no preço causado pela liberação (diferente de você, leitor do minuto cripto).

Caso essa queda mal fundamentada ocorra pode ser um momento interessante para o investidor aproveitar a irracionalidade de mercado.

Por outro lado, no longo prazo, quando o mercado se torna mais racional e voltado a fundamentos, esperamos que com sua atualização a Ethereum se torne uma rede melhor.

Acreditamos que com a liberação dos saques, novos investidores podem se sentir mais confortáveis para participar do processo de validação aumentando a quantidade de validadores, por consequência aumentando o total de capital travado e assim tornando a rede mais segura e melhor.

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